Como a procrastinação interfere na vida do ser humano

Todos nós conhecemos um pouco sobre a síndrome da procrastinação e poucos estamos imunes a ela, mas por que adiamos as decisões? Como controlar essa tendência? Todo ser humano jovem ou velho, gênio ou de inteligência mediana, desempregado ou bem-sucedido profissionalmente pode ser um procrastinador, pois a procrastinação não discrimina ninguém ela afeta pessoas de todas as profissões.

Sob constante pressão de provas e outras avaliações, um aluno pode adiar redações e estudos tendo como resultado o acúmulo de tarefas nos dias em que finalmente o tempo já se esgotou. Já num ambiente competitivo de escritórios algumas pessoas diminuem o ritmo de trabalho ao invés de tentarem acompanhá-lo, pode irritar-se pela burocracia e arquivar as coisas como pendentes ao invés terminarem o necessário trabalho duro. Em casa, as possibilidades para procrastinação são intermináveis.

Mas rigorosamente falando, procrastinação é o comportamento de adiar e o que distingue a procrastinação confortável da procrastinação problemática é a intensidade do incômodo que o adiamento causa para o procrastinador. São duas as maneiras pelas quais a procrastinação pode se tornar importante, a primeira é quando o adiamento é levado a consequências extremas que variam desde uma inofensiva multa da biblioteca pela entrega atrasada de um livro ou até a perda do emprego ou o comprometimento do relacionamento. Já a segunda ocorre quando as pessoas que procrastinam passam a sofrer as consequências internas, sentimentos que podem variar de uma leve irritação a uma lamentação até uma intensa autocondenação e desespero.

Algumas pessoas não sofrem com a sua procrastinação pelo fato dela estar limitada as ações que tem poucas consequências para elas. Pessoas que precisam ser pontuais em tudo podem não ver nenhum problema em se atrasar para festas e outras atividades sociais, especialmente se sua família e os amigos já se acostumaram a isso. A procrastinação faz parte da vida dessas pessoas em pequenas proporções. Mas em contrapartida, existem pessoas para as quais a procrastinação tem tido consequências significativas e para outras pessoas tem levado não somente ao sofrimento íntimo, mas também ao sofrimento extremo.

O ciclo da procrastinação

Muitas pessoas comparam a experiência da procrastinação como brincar numa emocionante montanha russa, seu humor varia a média que tentam progredir e previsivelmente se tornam lentas. Os procrastinadores passam por uma sequência de pensamentos, sentimentos e comportamentos tão comuns que denominamos ciclo da procrastinação, no entanto existem naturalmente variações individuais nessa sequência, que pode se prolongar por um período de semana, meses ou até anos.

“Vou começar cedo desta vez”

No início, os procrastinadores são geralmente esperançosos.

“Tenho que começar logo”

O tempo para iniciar logo o projeto passou e as ilusões de executar desta vez o projeto estão se desfazendo.

“E se eu não começar?”

A medida que o tempo vai passando e o procrastinador ainda não iniciou sua tarefa, passa imaginar nunca poder começar, tem visões horríveis de consequências que arruinariam sua vida.

“Eu devia ter começado mais cedo”

Essa conclusão reflete culpa, uma companheira constante da maioria dos procrastinadores.

“Estou fazendo tudo, mas…”

É muito comum que os procrastinadores nessa fase trabalhem em tudo, em qualquer coisa exceto no projeto evitado.

“Não consigo gostar de nada”

Muitos procrastinadores tentam se distrair com atividades agradáveis de recompensa imediata.

“Espero que ninguém descubra”

A medida que o tempo vai passando e nada é feito, alguns procrastinadores começam a se sentir envergonhados.

“Ainda dá tempo”

Embora se sentindo culpado, envergonhado ou fraudulento, o procrastinador continua a se agarrar na esperança de que de alguma maneira ainda há tempo para o projeto ser realizado.

“Há algo de errado comigo”

Agora o procrastinador está desesperado! As boas intenções para começar cedo não funcionaram, a vergonha, a culpa o sofrimento e a fé na mágica não deram certo.

“A escolha final: fazer ou não fazer”

Nesse ponto, o procrastinador decide ir até o amargo fim ou abandonar o navio que afunda.

No entanto, vale lembrar ao procrastinador que é possível buscar ajuda e por meio do autoconhecimento trabalhar conteúdos que contribuirão para evitar a formação do ato de procrastinar.

Fonte: Procrastinação (Jane Burka e Lenora Yuen)